Ações da Rede Cegonha
reduzem mortalidade materna em 21%
Programa
do Ministério da Saúde promove melhora no atendimento à gestante e reduz óbitos
decorrentes de complicações na gravidez e no parto.
O Brasil
registrou queda recorde nos números de mortes maternas em 2011, primeiro ano de
funcionamento do programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde. Entre janeiro e
setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de
complicações na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em
comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas
causas.
Lançada
em março do ano passado, a Rede Cegonha já destinou investimentos federais R$
2,5 bilhões para qualificar a assistência à mulher e ao bebê. Com pouco mais de
um ano, a iniciativa já atende 36% das gestantes no Sistema Único de Saúde
(SUS). Entre as melhorias, o avanço no acesso das mulheres às consultas de
pré-natal – em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no mínimo sete
consultas pré-natais.
“Essa
conquista é muito importante para o país, mas o desafio ainda existe. Nosso
esforço é para impedir mortes maternas evitáveis, em parceria entre o governo
federal, os estados e os municípios. A Rede Cegonha é uma importante aliada da
mulher, pois oferece cuidados integrais à saúde da mulher e da criança”,
destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a apresentação dos dados,
nesta sexta-feira (25), em videoconferência do Ministério da Saúde com as
Secretarias Estaduais de saúde.
O
encontro, que ocorrerá periodicamente, permitirá melhor acompanhamento das
avaliações do óbito materno e compartilhamento das ações de enfrentamento.
“Esses encontros são importantes para analisar onde podemos reduzir mais os
índices de mortalidade materna, identificando as gestantes de alto risco para
realizarem um pré-natal precoce”, afirmou Padilha.
ESTRATÉGIA– A Rede Cegonha busca assegurar
e prevê a expansão e qualificação de maternidades; leitos; Centros de Parto
Normal; Casas da Gestante, do Bebê e Puérpera; o direito ao acompanhante no
parto; exames de pré-natal; planejamento familiar, acompanhamento das crianças
até os 2 anos de idade, entre outras ações. Todos os estados e o Distrito
Federal já aderiram à Rede Cegonha.
Outra
novidade é a distribuição - para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que
realizam o pré-natal - do sonar, equipamento para auscultar ouvir e monitorar o
coração do bebê ainda na barriga da mãe e verificar as condições físicas dele.
Já foram entregues mais de seis mil sonares para os estados da Bahia e
Pernambuco. Nos próximos meses serão entregues 19,3 mil nas regiões Norte e
Nordeste.
A Rede
Cegonha também auxilia as gestantes no deslocamento para as consultas de
pré-natal. Até o momento, 1.291 gestantes estão cadastradas em 59 municípios de
11 estados para receberam o auxílio de até R$ 50,00. “O objetivo é que esse
recurso permita a gestante o seu deslocamento para a realização do pré-natal
completo e o mais cedo possível, garantindo uma assistência completa à
gestante”, destaca Padilha.
SERVIÇO - O Ministério da Saúde também
quer conhecer cada mulher que teve seu filho no SUS e saber como foi o
atendimento recebido durante toda gestação, parto e pós-parto. A Ouvidoria
Geral do Ministério da Saúde está ligando para essas mães avaliarem os serviços
prestados. Já existem mais de 75 mil mulheres cadastradas.
SÉRIE
HISTÓRICA - A redução
de 21% na mortalidade materna em 2011 é um marco histórico, que aprofunda
vigorosamente a tendência registrada nos últimos anos - de 1990 a 2010, o
indicador caiu à metade: de 141 para 68 óbitos para cada 100 mil nascidos
vivos. No período, houve diminuição em todas as causas diretas de mortalidade
materna: hipertensão arterial (66,1%); hemorragia (69,2%); infecções pós-parto
(60,3%); aborto (81,9%); e doenças do aparelho circulatório complicadas pela
gravidez, parto ou pós-parto (42,7%).
Relatório
da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas e o Banco Mundial
Organização das Nações Unidas (ONU), publicado neste mês de maio, também
registrou a queda de 51% do número de óbitos maternos neste período no Brasil.
Em 2008,
o Ministério da Saúde assumiu o gerenciamento das investigações das mortes de
mulheres em idade fértil – entre 10 e 49 anos. Todos os casos são analisados
por equipes de vigilância dos estados e dos municípios, e as informações
repassadas ao órgão federal. A intenção é avaliar as causas e circunstâncias da
morte e verificar se os casos foram gerados por complicações gestacionais.
Para
melhorar o acesso, a cobertura e a qualidade da atenção à saúde materna,
principalmente às gestantes de risco, a notificação está sendo aperfeiçoada com
o novo Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e
Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna. Também está prevista a criação
de comissões responsáveis por manter atualizadas as informações cadastrais de
todas as gestantes atendidas pela referida unidade de saúde.
Por
Fabiane Schimdt e Tinna Oliveira, da Agência Saúde.
Atendimento à Imprensa
(61) 3315 3533/6249
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